50 Tons Para Sempre(Cap. 1) - Por Paula Di Mingo


  • Capítulo 1

Agora se passaram 15 semanas diante a minha gestação e hoje é a consulta pela qual a doutora Greene tanto esperou. Ela quer ter
certeza se está realmente tudo bem com o pontinho. Meu pontinho. Depois do surto que o Christian deu, comecei a entender um pouco mais o
lado dele... Ele está com medo, isso é óbvio! E se sente culpado por tudo o que fez com Elena. Mas não posso julgá-lo, não sei o que teria feito
no lugar dele. Bem, ainda assim, me encontro esticada em minha cama nova - Christian fez questão de comprar uma cama quase duas vezes
maior que a antiga - king plus double que custa quase o meu salário. Agora meu marido cochila em um sono tão profundo e doce ao meu lado.
Tem um braço esticado por cima da minha barriga como quem afaga nosso bebê. Meu Deus, como ele vem mudando nas últimas semanas,
gradativamente a cada dia! Bom, ele ainda não saiu para comprar um berço ou algo do tipo como eu esperava, mas ele já não evita o assunto, o
que para meu Cinquenta Tons já significa algo. Claro que ele continua hiper protetor, não me deixou sozinha por mais que duas horas, isso
porque foi estritamente necessário - alguns parceiros tailandeses vieram fechar negócio se não me falha a memória -. Mas eu realmente não me
incomodei com isso, pelo contrário! É tão bom tê-lo comigo. Consigo escutar sua respiração suave e observo seus lábios entreabertos, sinto
suas pernas em cima das minhas me deixando presa e com muito calor. Olho para meu relógio e vejo que passam um pouco das 7:30 a.m. e
em vez de me levantar, aprecio a linda cena de meu marido num sonho profundo. Até que ele se contorce sobre mim e abre, preguiçosamente,
os olhos. Aqueles olhos cinzentos que conseguem me desestabilizar por longos segundos.
– Bom dia, meu amor. - Diz tirando-me da intensidade do seu olhar.
– Bom dia querido. - Respondo espreguiçando-me debaixo dele.
– Passou bem a noite? Como vocês estão?
– Hmmm, dormi bem, mas está ficando difícil achar uma posição confortável para dormir...
–É, está ficando cada vez maior. - Diz ele olhando fixamente para minha barriga, perdido em pensamentos.
Até que do nada, ele senta na cama e em seguida pousa a testa levemente em minha barriga para em seguida colar o ouvido esquerdo
nela. Ele fixa os olhos nos meus, e parece esperar alguma resposta divina naquele gesto.
– Acho que ...- E paro de falar no instante que o vejo levando o dedo indicador aos lábios, com os olhos arregalados. Praticamente paro de
respirar. Não sei o que está acontecendo, e em seguida escuto a voz de Christian com um toque de adoração :
– Shhh! Eu ... Eu escutei Ana, de verdade! - Diz emocionado - Eu ouvi o ... coração ... o coração do nosso filho! O coração do meu filho.
E no instante que vejo a veneração na voz do meu marido, meu peito explode de alegria e minha felicidade transborda em forma de
lágrimas. Como uma manhã poderia começar mais perfeita? Até que Christian recupera o foco e olha para mim intrigado.
– Ana, você está bem?
– Sim... Sim, está tudo bem. - Digo sentando-me na cama e pegando meu robe de seda que estava delicadamente pousado no divã ao
lado de minha cama. Eu o visto e ando com certa moleza pelo quarto, quando sinto meu marido observar meus movimentos desajeitados.
– Onde está indo Sra. Grey?
– Indo tomar banho Sr. Grey. Não quero me atrasar para a consulta.
– Nesse caso espere que eu acompanho você. - Diz levantando-se.
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Chego na cozinha atraída por um cheirinho que me inunda e vejo a Sra. Jones, silenciosamente picando alguns pedacinhos de fruta -
banana e maçã, eu acho - no que pareciam cubinhos. Sento-me apressadamente em uma das banquetas e me debruço em uma das ilhas da
cozinha.
– Bom dia Sra. Grey. - Deseja-me a Sra. Jones com um sorrido autêntico e caloroso.
– Bom dia Gail! Nossa, esses waffles estão com cheirinho apetitoso! Se o Christian não vier logo, não vai sobrar nada para ele! - Comento
aumentando a voz na última frase para que meu marido ouça, saia do escritório e venha me fazer companhia.
Gail acabou por rir de minha brincadeira e logo em seguida sinto as mãos grandes e habilidosas em minha cintura, encaixando-me a sua
frente. Posso ver pelo canto dos olhos a Sra. Jones saindo para nos dar liberdade, toda sorridente.
– Então você planeja me deixar com fome Sra. Grey? - Diz Christian com um brilho malicioso nos olhos. Entendo sua ambiguidade e
respondo:
– Hmmm, quem sabe? - Digo erguendo uma sombrancelha.
– Ah Anastásia, vou engravidar você mais vezes. - Murmura entre um profundo suspiro quando me vê pegando duas porções de waffles,
seguidos pela calda quentinha de chocolate, que Gail fez especialmente para mim já que Christian só aceita calda de caramelo, e ainda
adornando com maçãzinhas e bananinhas em cubinhos. Eu não me lembro de ter tomado um café da manhã assim tão doce e divertido desde
que minha mãe havia me levado pela primeira vez ao IHOP. E agora eu ia ser mãe... Senti que o pânico ia tomar conta de mim e tentei
respondê-lo:
– Você já disse isso... Estou começando a pensar que você quer um time de futebol de filhos para fins lucrativos, Grey. - Retruquei
nervosa.
– Fico feliz em saber que pensa tão bem de mim Sra. Grey.- Responde Christian com seu genuíno sorriso tímido para mim.
– É melhor você me deixar comer e tomar o seu café também Christian. Nós estamos em cima da hora.
– Ei baby, - Christian diz pegando minhas mãos trêmulas que largam o garfo que eu segurava com tanta força. - Porque você está
nervosa? Aconteceu alguma coisa?
Olhei nos olhos profundos e acolhedores dele e vi a preocupação cravada em seu rosto. Seguida pela dúvida silenciosa que começava a
dar sinais de preocupação exagerada.
– Eu estou preocupada Christian. Preocupada com o nosso filho. E se não estiver tudo bem? E se eu estiver fazendo algo errado? E se ...
- Termino perdendo a voz. Pouso uma mão na barriga e a outra em concha na testa. Nesse instante, o pânico tomou lugar dentro de mim e vi
meus olhos transbordarem de lágrimas pela segunda vez só naquela manhã. Eu havia prometido que ele seria um bom pai, mas conseguiria eu
ser boa mãe?
– Ana, amor. Você não está fazendo nada de errado. Você vem milagrosamente seguindo as indicações da médica, vem tomando as
vitaminas no horário certo e comendo bem. Eu sei que está tudo certo, meu amor. Por favor, não fique assim. - Ele usa um tom de voz baixo
para me acalmar, mas percebo certa preocupação em sua voz.
– Talvez Christian, mas eu realmente não sei o que está acontecendo comigo ultimamente. Eu temo pelo bem estar do bebê, e o máximo
que eu posso fazer é isso. E Christian fixa o olhar de menino perdido em meus olhos e coloca uma das mãos em cima da minha em minha
barriga. - Eu já o amo. - Digo secando a última lágrima que desce pela minha bochecha.
– Eu sei.. Eu.. - E para. Não posso dizer que ele ia falar "eu também" mas prefiro acreditar nisso a enxergar a verdade.
Endireito meu corpo e volto a comer meus waffles percebendo que já não tenho mais fome. Mas agora não era mais só eu e eu necessito
fazer de tudo que estivesse ao meu alcance pelo bem do meu Pontinho. Ele é o fruto de toda a história de Christian acrescido do meu amor por
ele. E depois de todos os riscos que ele passou pela minha falta de auto preservação, era o mínimo que eu podia fazer. E eu vou fazer o meu
melhor. Sinto a verdade em minhas palavras e me encho de determinação.Percebo Christian me observando pelo canto dos olhos, aparentando
confusão, mas decido não prolongar o assunto. Decidida, só tinha uma certeza : tudo ficaria bem com meu filho.

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